quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Subindo no telhado parte 2

Vale reune ativos de logística em nova companhia chamada VLI

1 de novembro de 2012
A Vale está tirando do papel o projeto de uma nova empresa de logística, chamada Valor da Logística Integrada (VLI), que vai reunir ativos de ferrovia e portos para transporte de carga geral, excluindo os ativos tradicionais da companhia que movimentam minério de ferro. Por enquanto, a controlada VLI é 100% da companhia, mas a direção da mineradora está atraindo investidores internacionais para fechar uma parceria no negócio, apurou o Valor. Dois projetos da nova empresa somam investimentos da ordem de R$ 8 bilhões.
Constituída com o nome de Vale Logística Integrada no ano passado, a VLI mudou de nome recentemente. A ideia da Vale ao criar a companhia é concentrar ativos e operações no segmento de logística de carga geral numa única empresa controlada e dar mais foco a gestão deste negócio, como destaca em comunicado enviado à CVM.
Inicialmente, os planos da mineradora para a VLI incluiam uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na Bovespa. Mas isso foi alterado. A Vale optou por abrir espaço para sócios estratégicos. O motivo do novo desenho do projeto foi a crise global que tem derrubado os preços do minério de ferro e as cotações das commodities metálicas. A Vale passa por um ajuste estratégico, dentro de um cenário adverso, para reduzir custos e a busca de parceiros para seus projetos faz parte do novo modelo de gestão.
A VLI vai gerir e operar a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA); a ferrovia Norte-Sul; o Porto de Mearim, no Maranhão, em fase de implantação; e o TUF (antigo terminal da Ultrafértil) expandido, instalado no porto de Santos, que anteriormente ficaria sob a guarda da Vale Fertilizantes.
O projeto do Terminal portuário de Mearim (TPM), em Bacabeira, a 60 quilômetros da capital São Luís, deve receber cargas pelas ferrovias Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás (EFC). A assessoria da Secretaria de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo do Maranhão confirmou o projeto ao Valor, avaliado em R$ 4,5 bilhões.
O terminal maranhense, em fase de licenciamento ambiental, está sendo tocado por um consórcio formado pela Vale e pela Aurizônia Empreendimentos, empresa com sede no Rio. A Aurizônia e a Vale já conseguiram a outorga de construção do terminal da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no ano passado. Depois da construção, o consórcio que vai operar o porto de Mearim terá que solicitar à Antaq autorização para operar o TPM. A concessão deste porto privativo é de 25 anos, prorrogados por mais 25.
O Valor procurou Antonio Assumpção, procurador da Aurizônia Empreendimentos, no Rio, que responde pelo projeto, para falar sobre a participação da empresa no empreendimento de Mearim, mas o executivo não respondeu aos telefonemas.
A Aurizônia previa construir uma siderúrgica na retroárea de Mearim, onde está sendo erguida ainda uma refinaria da Petrobras, cujo investimento foi adiado para 2018. O local do TPM é estratégico para negócios de carga geral.
Além do TPM, a nova companhia vai operar o Terminal da Ultrafértil (TUF), cuja expansão deve demandar recursos de R$ 3,5 bilhões, incluindo melhorias na FCA. A Vale, através da VLI, tem planos de se tornar a maior operadora de logística integrada para exportação de granéis sólidos no porto de Santos (SP). O terminal será ampliado em 300% sobre sua capacidade atual. E será acessado por ferrovia, sem adicionar nenhum caminhão na região, informou fonte próxima da Vale envolvida na criação da VLI.
A ampliação do TUF está em processo de licenciamento ambiental e é prevista para entrega em 2015, mas ainda não tem outorga da Antaq para a construção. O terminal passou para a Vale com a compra da Ultrafértil, em 2010. As obras de expansão do TUF incluem a construção de mais três berços de atracação. Hoje tem apenas um.
O empreendimento vai comportar ainda a compra de material rodante para a FCA e a construção e adaptação de terminais e pátios de apoio nas proximidades da malha da estrada-de-ferro para integrar ferrovia e porto, informou a assessoria do terminal. A FCA corta sete Estados sendo os quatro do Sudeste, Bahia, Sergipe e Goiás e sempre transportou commodities agrícolas até o porto de Santos para outros terminais.
Murilo Ferreira, presidente executivo da Vale, apresentou a VLI à presidente Dilma, em reunião no Planalto, em 25 de outubro, após divulgação do balanço trimestral da companhia.
 
Valor Econômico.
 
O tal TPM está sendo projetado pela Petrobras, e provavelmente a vale vai ser só usuária.
E vai o governo usando as estatais como bote salva-vidas dos outros, primeiro para salvar o porto do açu agora para salvar o de mearim, e o lucro da Petrobras caindo, tal como foi feito com os bancos nos EUA no início da crise.
Observem que citam 2 investimentos que somam a incrível quantia de 8 bilhões.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Reformas



http://www.metroviarios.org.br/site/index.php?option=com_content&Itemid=&task=view&id=1276


Trem reformado, sem operador no comando, acelera e colide no Pátio Jabaquara

 Por volta das 13h27 do sábado (1º de dezembro), no Pátio Jabaquara do Metrô, no bloco de manutenção, após um técnico deixar a cabine do trem, a composição I 12, reformada pelo consórcio Alstom/Siemens, mesmo sem ninguém no comando, partiu, atingindo a composição A 33. Por muito pouco a composição não alcançou um técnico de manutenção que se encontrava entre as composições e que pulou escapando ileso, ao ser alertado por um grito pelo técnico que deixara o trem vendo-o partindo sem ninguém na cabine.
A Alstom é a mesma empresa que está vendendo o novo sistema de sinalização e segurança CBTC ao Metrô de São Paulo. E uma das empresas que promovem as polêmicas reformas nos trens, custando quase o preço de uma composição nova e que já teve que assinar um Termo de Ajustamento de Conduta no seu país de origem (França) por corromper autoridades do Terceiro Mundo. É suspeita também de ser a depositante de milhões de dólares retidos pelo MP (Ministério Público) suíço nas contas de um ministro do TCE (Robson Marinho) e de um ex-secretário de Transporte Metropolitanos de São Paulo (Jorge Fagali Neto).

É importante ressaltar que embora a Alstom não fornecera anteriormente seu sistema CBTC a nenhum grande metrô no mundo, mantém testes do seu sistema vendido ao Metrô de São Paulo na Linha 2-Verde, tendo inclusive necessitado da atuação indispensável dos operadores de trens. Sem eles, teria ocorrido um acidente em testes efetuados na estação Vila Prudente.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo enviará uma petição ao MPE (Ministério Público Estadual) solicitando apuração urgente por considerar o acidente gravíssimo. Essa situação pode colocar em risco a vida não só de metroviários e prestadores de serviços na empresa como também da população. Jamais o governo do Estado e o Metrô poderiam conceber a operação de trens sem a presença de um operador, para aplicar freio de emergência em caso de falha do equipamento.

Veja fotos do acidente AQUI.

A Alston recentemente assinou um contrato com a supervia para fabricar trens no RJ, nas dependenciuas da CCC em Deodoro ao lado das oficinas da supervia. Quem tem memória fresca vai se lembrar que numa dessas reformas mal feitas e muito mais mal explicadas na T'trans 
aconteceu o desastre do bonde de santa teresa.
 

domingo, 25 de novembro de 2012

A raposa no galinheiro


Vale fará estudos de ferrovias para novas concessões

19/11/2012 - Valor Econômico

A Vale assumiu a responsabilidade de elaborar cada um dos estudos que serão usados na concessão dos 10 mil km de ferrovia planejados pelo governo. O acordo com a mineradora, apurou o Valor, foi finalmente costurado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Apesar do prazo extremamente apertado para concluir os projetos, o governo conta com a entrega dos estudos em dezembro, conforme o cronograma apresentado em agosto, quando a presidente Dilma Rousseff anunciou o pacote de concessões de rodovias e ferrovias.


Em menos de dois meses, portanto, a Vale terá que entregar estudos técnicos aprofundados sobre a concessão do primeiro lote de 2,6 mil km da malha. Trata-se dos projetos que irão basear a concessão de dois trechos do Ferroanel de São Paulo (tramos Norte e Sul), uma nova via de acesso ao Porto de Santos, a ligação entre os municípios de Uruaçu (GO) e Lucas do Rio Verde (MT) e a linha que sairá de Estrela D'Oeste (SP) até Panorama (SP) e Maracaju (MS). Por fim, serão entregues ainda os estudos da ferrovia Açailândia (MA) a porto de Vila do Conde, em Belém. As audiências públicas para esse primeiro lote de malhas estão planejadas para janeiro, com publicação do edital de licitação até abril.


O compromisso da Vale foi confirmado pela EPL. Dona da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que atualmente controla mais de 8 mil km de linhas, a Vale aceitou fazer os estudos sem ganhar nenhum centavo. Em respostas encaminhadas ao Valor, a EPL, estatal recém-criada pelo governo para estruturar ações integradas de logística, informou que "a Vale está fazendo uma doação nos termos das obrigações previstas no contrato de concessão".


Chegou a ser ventilada a possibilidade de que, por trás do interesse da mineradora em elaborar o pacote de estudos, estaria o abatimento de multas milionárias que a FCA teria com a ANTT. Essa hipótese, no entanto, foi descartada. Segundo uma fonte ligada às negociações, não haverá nenhum tipo de abatimento. Por meio da Lei de Acesso a Informações, o Valor questionou a ANTT sobre o valor de multas aplicadas contra a FCA. A agência não informou o montante, sob a justificativa que as transações e os chamados "termos de ajuste de conduta (TAC)" envolvem condições confidenciais.


A decisão sobre quem faria os estudos das ferrovias se arrastou durante mais de dois meses. Enquanto os projetos de concessões de 7,5 mil km de rodovias foram imediatamente passados para as mãos da Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP) tão logo anunciado o pacote, os planos ferroviários ficaram em suspense. Até 15 dias atrás, apurou o Valor, ainda não havia qualquer definição sobre quem faria o dever de casa.


Na ANTT, a escolha pela Vale encontrou resistências, um processo que, conforme apurou o Valor, envolveu questionamentos sobre o prazo curto e as motivações da empresa em apresentar estudos técnicos aprofundados. Segundo uma fonte, o interesse em bancar os relatórios estaria atrelado à sua necessidade de se livrar o mais rápido possível de malhas que serão devolvidas pela FCA ao governo e hoje não são utilizadas. Caso do trecho que liga Belo Horizonte a Salvador, que terá que ser praticamente reconstruído, dada as suas condições.


A decisão de elaborar os estudos, no entanto, poderá trazer efeitos colaterais graves para a mineradora, caso a FCA tenha interesse em entrar em algum trecho das novas concessões. Na ANTT, o entendimento é que a empresa ficará automaticamente proibida de participar do processo de concessão de qualquer um dos 12 trechos que serão oferecidos à iniciativa privada. "A decisão não está tomada, mas a interpretação neste momento é de que ela não possa participar das concessões de jeito nenhum", disse uma fonte da agência. Com cerca de 3 mil empregados, a FCA leva cargas de sete Estados (MG, ES, RJ, SE, GO, BA e SP) e do Distrito Federal. Tem 500 locomotivas e mais de 12 mil vagões.


O Valor enviou uma série de perguntas à Vale sobre o assunto, entre as quais se questionou se a empresa teria interesse em participar dos leilões de concessão. Por meio de nota, a Vale encaminhou uma única declaração, informando que as concessões de novas ferrovias contribuirão com o desenvolvimento da infraestrutura brasileira e terá sinergia com o atual sistema ferroviário, "além de contribuir com o aumento dos volumes hoje movimentados pelas ferrovias, o que vai totalmente ao encontro dos nossos interesses".


Alguns trechos do pacote de concessões já tinham estudos iniciados. Por exemplo, a ligação de Uruaçu a Lucas do Rio Verde, que irá compor a chamada "Ferrovia da Soja" e que já vinha sendo analisada pela estatal Valec. O segundo lote (7,4 mil km) envolve estudos de seis trechos: Uruaçu/Corinto/Campos; Salvador/Recife; Rio de Janeiro/Campos/Vitória; Belo Horizonte/Salvador; Maracaju/Mafra; e São Paulo/Mafra/Rio Grande. Os relatórios têm de ficar prontos até fevereiro para licitação até junho.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Subindo no telhado

Chineses suspendem siderúrgica no porto do Açu

11/11/2012 - Folha de S.Paulo

Sócia de Eike Batista na mineradora MMX, a siderúrgica estatal chinesa Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco) arquivou sua participação no complexo siderúrgico de porto do Açu, alegando que o lado brasileiro não construiu a infraestrutura necessária para o projeto.
"Ferrovias, terminais portuários --eles não construíram nada. O mercado também não está lá, portanto, nós paramos as conversas neste momento e não estamos pensando nisso", disse neste domingo o presidente da Wuhan, Deng Qilin, à agência de notícias Reuters.
Em 2010, a Wisco, quarta maior produtora de aço da China, começou a negociar o complexo siderúrgico com a LLX, empresa do grupo EBX, de Eike Batista. O projeto foi orçado na época em US$ 5 bilhões.
No final do ano anterior, a estatal chinesa havia comprado 21,52% da mineradora MMX por US$ 400 milhões.
O setor siderúrgico chinês enfrenta um ano turbulento devido à desaceleração da economia no mundo e na China, provocando um excesso de produção, dívidas crescentes e preços em queda.
"Este é o ano mais difícil para o setor de aço chinês porque toda a economia mundial enfraqueceu, e o crescimento chinês desacelerou e atravessa uma reestruturação", disse Deng. Ele afirmou que a empresa não planeja construir nenhuma siderúrgica no exterior, mas continua interessada na compra de minas de minério de ferro e de carvão fora da China para abastecer suas siderúrgicas. 


"Dane-se a siderúrgica" 

A assessoria da LLX, braço de logística do grupo EBX, de Eike Batista, e responsável pela construção do porto do Açu, informou que a empresa não se pronunciaria sobre as declarações do presidente da Wuhan, Deng Qilin.
Mas em entrevista exclusiva à Folha, em 19 de outubro, o empresário disse que o perfil do porto tinha mudado e que o empreendimento estava se transformando em um polo para a indústria offshore.
Inicialmente, o porto do Açu teria duas siderúrgicas: a da Wisco e outra da Térnium, uma das âncoras iniciais do projeto. Assim como a chinesa, a da Térnium ainda não saiu do papel. Em vez das siderúrgicas, segundo Eike, empresas ligadas à exploração de petróleo vêm se instalando na região do porto.
Já assinaram contratos para se instalar no porto do Açu as empresas NOV (National Oilwell Varco), Intermoor, Technip e Subsea7, todas do setor petroleiro. Segundo Eike, a Technip está investindo R$ 600 milhões na construção de uma fábrica no Açu; a NOV, mais R$ 400 milhões.

"Dane-se a siderúrgica. Meu shopping mudou. Não existe um complexo nessa escala para servir a indústria do petróleo. Então, caramba, foi desenhado como um porto para minério de ferro e olha o que virou. Tenho agora uma clientela que me paga três vezes mais pelo metro quadrado. Só esse pessoal já paga R$ 100 milhões de aluguel, antes do porto funcionar. Ficou um negócio mais nobre e isso ninguém fala", afirmou o empresário.


Ou seja todo o plano de reabilitação do acesso ferroviário ao porto vai para o ralo pelo ao menos em parte, pois a enorme demanda de transporte necessária para aquela região se reduz miseravelmente.

Se antes poderíamos pensar em 2 talvez até 3 rotas de escoamento para Açu hoje apenas 1 daria conta da vazão.
Como o alargamento da linha do litoral recebendo o minério para exportação, via MRS atende também o COMPERJ e tem um custo menor, esse deve ser o acesso que vai sair do papel.A princípio o governo vai receber de volta da FCA o trecho de Cataguases a Belo Horizonte, com a respectiva multa, que deve ser convertida em "investimentos" da FCA na malha, e o governo federal vai bancar a remodelagem da linha para relicitar o trecho, parte do projeto da EF354.

Ou seja o contribuinte paga para que o porto do Eike seja viável e a Vale não tome prejuízo. Mesmo que a multa seja paga o dinheiro da multa vai sumir nos ralos do governo mais rápido que a linha que a FCA abandonou...

http://www.amantesdaferrovia.com.br/profiles/blog/show?id=4981239%3ABlogPost%3A535277

A FCA poderá talvez, até converter em despesas com manutenção nas linhas que continuarão sob sua administração, como a de Cataguases (rota da bauxita), ou mesmo no alargamento da linha do litoral (Campos-Rio).

A obra da EBX passou do ponto sem retorno, agora mesmo que o império "X" quebre, o investimento feito é tão alto que alguém vai acabar assumindo o porto.

A Petrobras é candidata natural ao cargo de salvadora da pátria, já que pode usar este porto ao invés das bases planejadas em Jaconé (Saquarema-RJ) e em Ubú (Anchieta-ES), Ubú que aliás por coincidência receberia um ramal no projeto da variante litorânea sul da FCA.

A CSN e a Vale estavam a pouco tempo querendo construir um terminal conjunto em Itaguaí, num terreno que havia sido comprado pela Petrobras para a construção do COMPERJ.

Ou seja o plano B está pronto, se o Eike quebrar a Petrobras assume a bomba, cancela os outros 2 portos, e depois entrega a capacidade não utilizada do porto a Gerdau, CSN e a Vale.

O projeto de Açu de certa forma está ligado o aumento da capacidade do porto de Sepetiba e do Rio, tanto para o escoamento de minério de ferro de Minas Gerais quanto para os produtos do COMPERJ em Itaboraí, o pavoroso é saber que caso a modelagem do empreendimento continue a dar errado, a exportação de coque e de produtos petroquímicos do COMPERJ pode acontecer via rodovia!! Pela atual obra do arco rodoviário do Rio...